Chegando na
boate, ainda um tanto vazia, tratei de pegar uma bebida enquanto a Fernanda
dançava na pista, também ela sem motivação alguma. Não demorou muito para que a
casa começasse a encher. Bebemos muito e dançamos todas as músicas bate-estacas
das paradas e resolvemos pegar um ar no terraço. Foi quando avistamos um
carinha. Aliás, seria quase uma ofensa colocar aquele homem no diminutivo.
Aquilo não era um carinha, era um homem, um homenzarrão, um urso loiro enorme e
lindo. O rapaz devia ter, pelo menos, um metro e noventa. Tinha o corpo
trabalhado, forte, mas não fazia o tipo musculoso, não. Era um corpo tenaz,
firme, rígido. Possuía uma barriguinha discreta, com a mesma tenacidade das
demais partes do corpo. Vestia uma blusa pólo branca e uma calça jeans que lhe
apertava todo o corpo da cintura para baixo. Seu volume saltava-lhe as calças e
parecia querer engolir a todos nós, tamanho era o desenho bífido que a calça
apertada comprimia. Ele tinha os olhos bem verdes, de um verde aberto, amarelado.
Uma leve calvície quase não era notada, disfarçada por um corte de cabelo bem
baixinho, que fazia confundir o loiro de seus fios com o próprio couro
cabeludo. Com os lábios finos, ao perceber que tanto eu quanto Fernanda
estávamos lhe fitando, esboçou um sorrisinho de lado e começou a dançar.
- Ou eu ou
você, gato. – disse ela.
- Ele é meu,
pode esquecer! – brinquei
- O primeiro
que chegar, leva! – disse ela, rindo.
- Que seja,
desde que divida com os amigos!
E rimos da
nossa brincadeira louca, mas pertinente. Então decidi arriscar e ele esquivou.
Não quis insistir.
- Pode ir lá,
Fê. A parada é contigo.
- Sem fazer
biquinho, hein? Um a zero pra mim. – disse, rindo, a Fernanda.
Como vi que o
loiro já era carta fora do baralho, decidi beber mais para esquecer os
problemas com o Alan. Mas não bebi tanto que não encontrasse alguém mais
disposto a beber. Foi assim que conheci um moleque, Renato, garoto novo. Magro,
definido e baixinho, pele bem morena, mas com olhos tão ou mais verdes que o
loiro da Fernanda. Ele, muito mais audacioso que a Fernanda e eu juntos, não
pensou duas vezes quando eu passei por ele em uma das escadas. Tratou de, sem
muita discrição, passar a mão no meu pau. Quando olhei pra baixo, estava ele na
base da escada, olhando pra cima, com um sorriso meio trôpego nos lábios, como
se esperasse qualquer atitude minha. Não dei bola e fui beber. Quando estava na
fila do caixa, um rapaz pediu pra que eu lhe comprasse uma cerveja.
- Pode
comprar pra mim? Uma cerveja.
Estranhei o
pedido. Primeiro, porque a fila nem estava grande. Segundo, porque ele estava
imediatamente atrás de mim. Pra quê pedir pra que eu comprasse o raio da
cerveja, se não fosse mais uma investida do garotinho safado da escada. Pois
era ele, o Renato, o pedinte.
- Por que eu
vou comprar uma cerveja pra você se eu nem te conheço?
- Mas pode
conhecer, ué.
- Com
certeza, qual o seu nome.
- Que nome
você acha que eu tenho? – disse ele, meio desconexo.
- Não faço a
mínima ideia. Godofredo? Genivaldo?
- Ahahahahaha!
– gargalhou – Seu bobo. Renato é o meu nome. E o seu?
Nos
apresentamos ali mesmo e não demorou muito para que a mão do Renato estivesse
novamente no meu pau, antes mesmo de tê-lo beijado.
- Vamos lá
pra baixo? – propus, percebendo a intenção do garoto.
- Vamos.
Eu propus
descermos porque no primeiro andar o ambiente, além de ser mais escuro, era
famoso pela putaria que rolava em algumas de suas paredes, que suavam – diziam
alguns – de tanta gente se pegando escorada nelas. A Fernanda dizia que as
paredes daquela boate eram pintadas com tinta cor de leite. Pois então
descemos, Renato e eu, até uma das paredes de leite e foi nela que começamos a
nos beijar. O garoto, com piercing na língua, parecia querer arrancar a minha
fora. Sugava feito um cordeirinho no cio a minha língua para dentro da sua,
como se quisesse demonstrar, com esse gesto, o tamanho de seu potencial de
sucção. E o resultado era imediato. Minha pica respondia na mesma proporção,
sobretudo àquela hora da noite. Era por volta de uma da manhã, a noite estava
começando a ficar alta, eu já tinha passado por muitos problemas no meu dia e
tudo o que eu mais queria era descontrair, relaxar e, se possível, gozar.
Tirei a
camisa. Renato começou a chupar o meu peito enquanto eu metia a língua dentro
de seu ouvido. Roçávamos nossos corpos um no outro. Ele, como era baixinho,
acabava levando roçada de pica na barriga, mas eu não me eximia de flexionar os
joelhos, pegando o moleque pela cintura, de maneira a fazer com que seu pau
encostasse na direção do meu. E o moleque era dotado, diga-se de passagem.
Não hesitei,
por outro lado, em agarrar de mão cheia o seu membro rígido que saltava-lhe a
calça jeans. Renato brincava com sua língua dentro da minha boca enquanto
minhas mãos ocupavam-se em seu corpo: uma delas, administrando o volume do
rapaz; a outra, descendo bunda abaixo até alcançar seu cuzinho.
De repente a
música eletrônica foi ficando cada vez mais acelerada e a luz do ambiente
tornou-se mais diluída entre raios laser coloridos. Outros casais, aproveitando
o momento, aglomeravam-se no leite da parede do primeiro piso, sem muito pudor
de encostarem-se uns nos outros. Foi assim que um deles esbarrou em mim, sem
preocupação em pedir desculpas. E nem precisava, porque a visão – turva, mas
deliciosa – compensava qualquer pedido de desculpas. Era o urso loiro da
Fernanda, em pé, exatamente do meu lado, sem camisa e com a braguilha da calça
aberta. À altura dela, Fernanda empenhava-se em sugar cada centímetro do pau
daquele macho, disfarçada pela blusa do rapaz que ele mesmo segurava nas mãos,
com o intuito de cobrir o rosto da safadinha. Sim, bateu inveja. Junto dela, a
vontade de estar no lugar da Fernanda, chupando o pau do loirão e a curiosidade
em saber como era aquela pica em detalhes.
Não demorou
muito para que o Renato resolvesse fazer o mesmo. Talvez embalado pela cena que
se passava ao lado, talvez pelo próprio tesão mesmo. Beijou-me na boca e, em
seguida, desceu sua língua pescoço abaixo, molhando-me o cangote, os ouvidos,
os mamilos, o umbigo, enquanto meu pau pulsava com sua língua a caminho do meu
membro. Sem medo, engoliu meu pau de uma só vez, e então passei a ter domínio
da situação. Com Renato ajoelhado, eu conduzia sua cabeça contra minha pica, de
forma que seus lábios alcançassem minhas bolas. Fazia de maneira ritmada – uma,
duas, três, quatro, cinco vezes – e na quinta ou sexta vez que o moleque levava
a rola até a garganta, eu segurava sua cabeça contra meu corpo, forçando-lhe a
manter na goela meu dote por um determinado tempo, que eu – apenas eu – controlava
naquele momento. Ele, puto que era, ficava completamente à mercê da minha
vontade e do meu prazer, submetendo-se ao meu desejo devasso. Quando achava por
bem que já era suficiente, ou quando realmente o rapaz se engasgava e forçava
para tirar a pica da garganta, eu cedia. E então ele afastava a boca, deixando
minha vara embebida em saliva, que unia-se num fio translúcido à saliva que lhe
escorria no queixo.
Enquanto
rolava a brincadeira com Renato, senti que minha bunda era apalpada.
Rapidamente coloquei a mão, com medo de furto ou algo do tipo, mas a coisa não
era bem essa. Busquei o autor do toque e não encontrei em meio à multidão. Mas
percebi, não muito tempo depois, que o urso loiro estava bastante interessado
na putaria que rolava entre Renato e eu. Então, num momento de relance, seus
olhos encontraram os meus, e eles não puderam disfarçar o interesse do loirão
pelo meu rabo. Senti minha bunda ser apalpada novamente, da mesma forma, e
então concluí que fora ele que tinha agarrado meu rabo. Não me fiz de rogado e
dei uma rebolada, como se quisesse sufocar o Renato com a pica. A mão do loiro
me apertou quando rebolei. Percebi que ele curtiu. Rebolei mais uma vez, mas
agora empinando o rabo para trás. Foi o suficiente para que o dedo daquele macho
me penetrasse sem muito jeito ou paciência. Dedo grosso, grosseiro, abusado,
que se manteve dentro de mim até que chegassem os seguranças da boate e com as
lanterninhas botassem todo mundo para correr, inclusive nós.
Uma confusão
foi criada porque alguns seguranças agiram com violência com alguns dos caras
que se pegavam lá dentro. Fugimos da confusão porque acatamos sem muitos
questionamentos a ordem para deixarmos o local. Alguns não acataram e
resolveram resistir, e a pancadaria aconteceu. Não justifica, de forma alguma,
que os seguranças agredissem os jovens devassos. Contudo estávamos fazendo algo
que era indevido para aquele local. Sim, estávamos errados. O local não era
apropriado. Entretanto, não criamos entraves maiores mais porque queríamos
continuar a putaria em outro ambiente do que porque éramos politicamente
corretos.
- Não dá pra
ir pra casa, Fernanda. Eu bebi!
- Não tem Lei
Seca até o Méier, dá pra ir tranquilo.
- Não, eu não
confio. Vamos esperar amanhecer e depois vamos pra casa – repliquei.
- Então a
gente espera dentro do carro.
Fomos para o
estacionamento da boate aguardar o dia amanhecer. Como ainda faltava muito
tempo para que isso acontecesse, o rapaz loiro tomou a iniciativa de fazer com
que o tempo passasse mais rápido e começou a beijar a Fernanda no banco de
trás. Renato e eu, obviamente, não ficamos a ver navios e também começamos a
nos beijar. Entre um beijo e outro eu olhava para trás e via a mão nervosa do
ursão loiro por dentro das pernas da Fernanda, desrespeitando as fronteiras de
seu vestidinho, enquanto lhe beijava enlouquecidamente. Renato, por sua vez,
agarrou meu pau e começou um boquete fenomenal enquanto eu admirava a cena
hétero que incrivelmente me excitava através do espelho retrovisor.
- Geme,
putinha. Geme, safada... – dizia o loirão sussurrando no pescoço da Fernanda,
que delirava de tanto prazer.
O banco de
trás era palco de uma bela foda protagonizado por um macho que sabia muito bem
onde metia sua mão – ou seus dedos, mais especificamente – e uma garota audaciosa
que gemia sem pudores, quando se lhe atravessavam boceta adentro os dedos de um
macho.
Os bancos da
frente já não estavam separados; uniam-se pelos corpos que àquela altura
pareciam ser também um corpo só. Renato, sentado no banco do carona, tinha sua cabeça
ocupada com a atividade de sugar minha vara no banco do motorista. Eu, sentado
nele, metia também o dedo no cuzinho do Renato, que rebolava, o vadio, quando
eu lhe empenhava alguns tapas na bundinha. Mas com a outra mão, a que não
estava envolvida com o rabinho do Renato, esbarrei na perna desleixada do urso
loiro, repousada quase à altura do freio de mão. Aproveitei o ensejo e comecei
a alisá-la; primeiro por cima da calça e, depois, como ele não mostrou
rejeição, por dentro dela. Agarrei sua caneca, senti seus pêlos, e comecei a
masturbá-la, se é que é possível masturbar uma canela. Fazia movimentos
ritmados com minha mão envolta em sua canela. Era um recado, que ele entendeu.
- Falta muito
tempo para amanhecer. Vamos sair daqui, vamos pra minha casa. – disse o loiro.
- Onde você
mora? – perguntei.
- Moro no Rio
2. Não é tão longe.
- Rio 2 é um
condomínio aqui em Jacarepaguá, não é? – perguntou Fernanda.
- É, pertinho
daqui, gata.
- Não,
Fernanda! É arriscado, esses caras estão aí querendo um trouxa pra pagar
propina. E eu não tenho dinheiro nem pra propina nem pra multa.
- É dinheiro
o problema? – perguntou o loiro – então a gente resolve isso agora! – disse com
iniciativa – Vamos pra um motel, porra! Também não tenho grana, mas o que eu
tenho dá pra um período no... – e disse o nome do motel.
Partimos para
o dito motel, que ficava bem próximo da boate. Mas estávamos em quatro e alguns
motéis no Rio cobram mais caro quando os hóspedes são mais de dois. Em geral
esse problema desaparece quando o terceiro hóspede se esconde no banco de trás,
mas como fazer quando ainda existe um quarto hóspede? Os dois bem que tentaram,
mas o loiro era muito grande para se esconder lá atrás. Foi então que ele, o
loiro, teve a ideia de trocar de lugar com o Renato, que era mais franzino.
- Pronto,
agora sou teu namorado! – brincou o rapaz quando sentou-se ao meu lado, com uma
maldade discreta que escapava do seu sorriso.
E assim
entramos no motel.